Morar em si mesmo requer cuidado e cultivo constante. Nossa relação com o nosso corpo é comparável a construir uma casa física: erguem-se paredes, entra a mobília, preenchemos os espaços com nossas lembranças, afetos e particularidades. Às vezes requer uma boa faxina, e mudamos as coisas de lugar com frequência. Nos refugiamos nele e aprendemos a ressignificá-lo conforme a maturidade nos atinge. O processo de se descobrir enquanto jardim leva tempo e paciência para ver os frutos. Nossa única casa da qual nunca nos mudamos é, em contrapartida, a que mais sofre mudanças ao longo da vida. Ainda assim, esta é quem carrega a nossa essência e é a única capaz de tornar qualquer outro lugar uma extensão de si. A casa só é casa se estamos inteiramente nela.
O ensaio “Canteiros” é uma série de autorretratos, onde é explorado o conceito de corpo-casa, agregado a flores, fazendo referência a um trabalho feito anteriormente, “Raízes”, que também tem por tema a “casa” e o uso de plantas como ponto central das imagens. Feito com imagens projetadas na parede e em meu corpo, tem por objetivo conduzir o olhar do espectador numa crescente. Conforme o avançar das páginas, em ordem, é possível observar que fica mais difícil distinguir o corpo das projeções, tendo estas se tornado parte um do outro.
O ensaio “Canteiros” é uma série de autorretratos, onde é explorado o conceito de corpo-casa, agregado a flores, fazendo referência a um trabalho feito anteriormente, “Raízes”, que também tem por tema a “casa” e o uso de plantas como ponto central das imagens. Feito com imagens projetadas na parede e em meu corpo, tem por objetivo conduzir o olhar do espectador numa crescente. Conforme o avançar das páginas, em ordem, é possível observar que fica mais difícil distinguir o corpo das projeções, tendo estas se tornado parte um do outro.